domingo, 8 de março de 2009

Mocidade Portuguesa

Organização de carácter milicial dirigida às camadas mais jovens da população, foi criada por decreto, em 1936, tendo a sua secção feminina sido criada dois anos mais tarde. Em 1939, seria alargada às colónias.
A Mocidade Portuguesa destinava-se a crianças entre os 7 e os 14 anos de idade, escolarizadas ou não, e a frequência das suas actividades tinha carácter obrigatório. Para os jovens do sexo masculino, entre os 17 e os 20 anos, foi ainda criada uma milícia, espécie de braço armado da organização. Estes dois ramos do sector masculino da organização, bem como a respectiva extensão nos domínios coloniais, eram inspirados por objectivos claramente definidos de adestramento pré-militar, para o que se instituíram mecanismos disciplinadores e uniformizadores diversos: a farda, a disciplina rigorosa baseada em conceitos de autoridade e hierarquia, as paradas e acampamentos, os prémios e as sanções.
O ramo feminino da Mocidade Portuguesa obedecia a outras orientações, naturalmente sempre enquadradas nos objectivos de orientação ideológica do Estado Novo: as raparigas seriam ali encaminhadas para assumirem mais tarde o papel de mães de família e donas de casa, ao mesmo tempo que lhes era ministrada educação religiosa católica de acordo com uma trilogia cara ao regime (Deus, Pátria e Família).
A época de maior desenvolvimento da estrutura da Mocidade Portuguesa foi a que medeou entre a sua criação e o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Em 1974, quando o regime foi derrubado, a Mocidade Portuguesa, tal como numerosas outras organizações, foi extinta sem quaisquer sobressaltos, tal a debilidade em que tinha caído.





A Mocidade Portuguesa visava a preparação da juventude dentro de um espírito militarista.

Natacha Pires

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